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Questão #990
Um punhado de passado
Por Pedro Guerra
01 A vida tem dessas de promover alguns encontros quando a gente nem sabe se tá querendo
02 ser encontrado. Eu estava no meio do nada. — ok, sem tanto extremismo: eu estava em uma
03 conveniência de beira de estrada, daquelas em que o sinal do celular é meio capenga e os
04 salgados são superfaturados. O passeio era despretensioso, coisa rápida pra esvaziar a bexiga e
05 seguir caminho. Para pagar o uso do banheiro, comprei uma água (também superfaturada), e
06 logo ali no caixa veio a surpresa: encontrei uma bala que não via .... no mínimo uns 20 anos.
07 Foi como um soco no estômago, desses que desmancham certezas e despertam lembranças.
08 A bala em questão era um quadradinho envolto em papel prateado, daqueles que grudam e
09 muitas vezes a gente acaba mastigando com um pouco de embalagem mesmo. A viagem, antes
10 prevista para determinada cidade, de súbito pareceu deslocar-se para um tempo bem antigo, no
11 qual eu ainda era criança e conhecia aquela bala pela primeira vez. Lembro como se pudesse
12 tocar .... memória com os dedos: a professora de espanhol sempre entregava de presente um
13 daqueles doces quando acertávamos alguma atividade.
14 O engraçado é que durante anos eu procurei por aquela bala, e todas as minhas tentativas
15 foram ....... . Acontece que certas coisas só nos encontram no momento certo — e nunca
16 sabemos quando ele vai chegar. Ali, parado, imóvel em frente ao caixa, tratei logo de pegar um
17 punhado daquele pedaço de nostalgia, como se buscasse segurança em um passado idealizado
18 que jamais vai voltar. Rodeados de um presente líquido e instável, levei no bolso um pedaço de
19 mim que pensei que nunca reencontraria. Foi barato, foi inesperado, foi necessário.
20 Confesso que ainda não comi todas as 8 balas que comprei. Guardei algumas para algum
21 momento em que a realidade pareça tão difícil e desconexa que a certeza do ontem irá de alguma
22 forma parecer cafuné. Também fiz isso porque não sei quando é que vou encontrá-las por aí de
23 novo — tá certo, eu até sei o local, mas ele fica longe e, sabe como é, mesmo que o passado
24 pareça reconfortante, a gente tem uma pressa de futuro que muitas vezes é tudo, menos doce.
Por Pedro Guerra
01 A vida tem dessas de promover alguns encontros quando a gente nem sabe se tá querendo
02 ser encontrado. Eu estava no meio do nada. — ok, sem tanto extremismo: eu estava em uma
03 conveniência de beira de estrada, daquelas em que o sinal do celular é meio capenga e os
04 salgados são superfaturados. O passeio era despretensioso, coisa rápida pra esvaziar a bexiga e
05 seguir caminho. Para pagar o uso do banheiro, comprei uma água (também superfaturada), e
06 logo ali no caixa veio a surpresa: encontrei uma bala que não via .... no mínimo uns 20 anos.
07 Foi como um soco no estômago, desses que desmancham certezas e despertam lembranças.
08 A bala em questão era um quadradinho envolto em papel prateado, daqueles que grudam e
09 muitas vezes a gente acaba mastigando com um pouco de embalagem mesmo. A viagem, antes
10 prevista para determinada cidade, de súbito pareceu deslocar-se para um tempo bem antigo, no
11 qual eu ainda era criança e conhecia aquela bala pela primeira vez. Lembro como se pudesse
12 tocar .... memória com os dedos: a professora de espanhol sempre entregava de presente um
13 daqueles doces quando acertávamos alguma atividade.
14 O engraçado é que durante anos eu procurei por aquela bala, e todas as minhas tentativas
15 foram ....... . Acontece que certas coisas só nos encontram no momento certo — e nunca
16 sabemos quando ele vai chegar. Ali, parado, imóvel em frente ao caixa, tratei logo de pegar um
17 punhado daquele pedaço de nostalgia, como se buscasse segurança em um passado idealizado
18 que jamais vai voltar. Rodeados de um presente líquido e instável, levei no bolso um pedaço de
19 mim que pensei que nunca reencontraria. Foi barato, foi inesperado, foi necessário.
20 Confesso que ainda não comi todas as 8 balas que comprei. Guardei algumas para algum
21 momento em que a realidade pareça tão difícil e desconexa que a certeza do ontem irá de alguma
22 forma parecer cafuné. Também fiz isso porque não sei quando é que vou encontrá-las por aí de
23 novo — tá certo, eu até sei o local, mas ele fica longe e, sabe como é, mesmo que o passado
24 pareça reconfortante, a gente tem uma pressa de futuro que muitas vezes é tudo, menos doce.
– Considerando o exposto pelo texto, analise as assertivas a seguir:
I. O encontro com a bala da infância fez com que o autor decidisse mudar o destino da viagem que estava realizando.
II. O autor relembra sua infância porque o doce que encontrou era o mesmo que lhe servia de recompensa durante os anos de escola.
III. O autor não havia comido todas as balas no momento em que escreveu o texto, guardando-as, pois elas representam um conforto que ele poderá ter em um momento difícil.
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Questão #487
TEXTO I
Setembro lilás e o direito a uma chance
Laura Brito
O setembro lilás nos convoca a um mês de
conscientização da doença de Alzheimer e outros
tipos de demência. Se você que me lê pensa que é só
mais um mês ou só mais uma cor, peço um pouco de
atenção aos números de demência no Brasil.
Em 2024, o Ministério da Saúde divulgou o Relatório
Nacional sobre a Demência: Epidemiologia,
(re)conhecimento e projeções futuras e o estudo
mostrou que cerca de 8,5% da população com 60 anos
ou mais convivem com algum tipo de demência, o
que representa cerca de 1,8 milhão de casos. Até
2050, a projeção é que 5,7 milhões de pessoas sejam
diagnosticadas no Brasil.
Isso significa que muitas pessoas à sua volta estão
vivendo com demência e algumas delas não têm
sequer a chance de saber, muito menos de se tratar.
Isso se dá por uma sequência de obstáculos:
resistência da família, falta de especialização médica
e desconsideração do tratamento prescrito. Tudo isso
pode ser melhorado por meio de conscientização.
Sobre a resistência de família, é preciso que as
pessoas saibam que falta de memória recente não é
comum na velhice, nem motivo de brincadeiras. Se
uma pessoa próxima está tendo dificuldade de se
lembrar de algo que fez há pouco, é hora de enfrentar
o tabu e dizer: vamos buscar um médico. Receber o
diagnóstico de Alzheimer não é o problema. O
problema é a demência estar lá e todo mundo fingir
que não vê.
Como o aumento da longevidade e o consequente
crescimento dos casos de demência são recentes,
obter um diagnóstico preciso para uma situação de
declínio cognitivo ainda é difícil. Por isso, vale a
conscientização de que buscar um profissional
especializado, sempre que possível, é uma chance
importante para um manejo adequado das
manifestações. A doença de Alzheimer não tem cura,
mas tem tratamentos que visam estabilizar os
sintomas e diminuir o ritmo da progressão da doença.
Obtido o diagnóstico, é preciso, dentro das
possibilidades da família, cumprir o plano de
tratamento prescrito. Além de medicação, há
reabilitação cognitiva, terapia ocupacional,
estimulação social e física e adaptações no ambiente.
A abordagem multidisciplinar é muito importante.
Sabemos que nem sempre é possível cumprir toda
essa agenda de tratamento. Mas é essencial que se
vença uma noção bastante arraigada de que a
medicação – especialmente as mais comumente
prescritas para agitação – é suficiente para
administrar o Alzheimer.
A conscientização dos sintomas e da importância do
diagnóstico precoce também é uma chance de
planejamento jurídico do envelhecimento e do avanço
dos sintomas da demência. Uma pessoa que recebe o
diagnóstico de Alzheimer quando o declínio
cognitivo é inicial e ainda não lhe tirou a capacidade
pode tomar uma série de decisões para a sua vida e o
seu patrimônio. Se a família resiste ou não tem
informações para reconhecer os sintomas que já
começaram a se instalar, a pessoa perde a chance de
exercer sua autodeterminação e tomar providências
que poderiam mudar a sua vida.
Essa pessoa pode, por exemplo, liquidar uma parte de
seu patrimônio imobilizado para ter dinheiro em
aplicações de fácil resgate, que lhe permita ter acesso
a conforto e autonomia. Ela pode fazer um
testamento, designando quem deve ficar com seus
bens ou sobre remuneração de serviços prestados a
ela, por ocasião da doença de que faleceu, ainda que
fique ao arbítrio do herdeiro ou de outrem determinar
o valor do legado.
Contudo, depois que os sintomas da demência
avançam, desaparecem as chances de que a pessoa
desafiada por ela pudesse manifestar seus desejos.
Também nesse ponto a conscientização pregada pelo
setembro lilás é tão importante.
Nesse sentido, quando o Alzheimer já fez instalar um
declínio cognitivo avançado, o remédio jurídico é a
curatela, por meio do que uma pessoa próxima será
nomeada representante de quem está vulnerável. Não
adianta procuração, não adianta ter cartão e senha.
O que organiza as responsabilidades em relação a
uma pessoa com demência é o processo de interdição.
A curatela não incapacita ninguém – o Alzheimer,
sim. A curatela, na realidade, organiza e centraliza a
gestão dos cuidados e das finanças da pessoa
curatelada.
Precisamos falar sobre demência e sobre Alzheimer.
Precisamos vencer o medo desconhecido, do que não
tem cura. Fechar os olhos não faz com que o
Alzheimer desapareça, só faz com que as pessoas
percam chances importantes de tratamento e tomada
de decisão.
Setembro lilás e o direito a uma chance
Laura Brito
O setembro lilás nos convoca a um mês de
conscientização da doença de Alzheimer e outros
tipos de demência. Se você que me lê pensa que é só
mais um mês ou só mais uma cor, peço um pouco de
atenção aos números de demência no Brasil.
Em 2024, o Ministério da Saúde divulgou o Relatório
Nacional sobre a Demência: Epidemiologia,
(re)conhecimento e projeções futuras e o estudo
mostrou que cerca de 8,5% da população com 60 anos
ou mais convivem com algum tipo de demência, o
que representa cerca de 1,8 milhão de casos. Até
2050, a projeção é que 5,7 milhões de pessoas sejam
diagnosticadas no Brasil.
Isso significa que muitas pessoas à sua volta estão
vivendo com demência e algumas delas não têm
sequer a chance de saber, muito menos de se tratar.
Isso se dá por uma sequência de obstáculos:
resistência da família, falta de especialização médica
e desconsideração do tratamento prescrito. Tudo isso
pode ser melhorado por meio de conscientização.
Sobre a resistência de família, é preciso que as
pessoas saibam que falta de memória recente não é
comum na velhice, nem motivo de brincadeiras. Se
uma pessoa próxima está tendo dificuldade de se
lembrar de algo que fez há pouco, é hora de enfrentar
o tabu e dizer: vamos buscar um médico. Receber o
diagnóstico de Alzheimer não é o problema. O
problema é a demência estar lá e todo mundo fingir
que não vê.
Como o aumento da longevidade e o consequente
crescimento dos casos de demência são recentes,
obter um diagnóstico preciso para uma situação de
declínio cognitivo ainda é difícil. Por isso, vale a
conscientização de que buscar um profissional
especializado, sempre que possível, é uma chance
importante para um manejo adequado das
manifestações. A doença de Alzheimer não tem cura,
mas tem tratamentos que visam estabilizar os
sintomas e diminuir o ritmo da progressão da doença.
Obtido o diagnóstico, é preciso, dentro das
possibilidades da família, cumprir o plano de
tratamento prescrito. Além de medicação, há
reabilitação cognitiva, terapia ocupacional,
estimulação social e física e adaptações no ambiente.
A abordagem multidisciplinar é muito importante.
Sabemos que nem sempre é possível cumprir toda
essa agenda de tratamento. Mas é essencial que se
vença uma noção bastante arraigada de que a
medicação – especialmente as mais comumente
prescritas para agitação – é suficiente para
administrar o Alzheimer.
A conscientização dos sintomas e da importância do
diagnóstico precoce também é uma chance de
planejamento jurídico do envelhecimento e do avanço
dos sintomas da demência. Uma pessoa que recebe o
diagnóstico de Alzheimer quando o declínio
cognitivo é inicial e ainda não lhe tirou a capacidade
pode tomar uma série de decisões para a sua vida e o
seu patrimônio. Se a família resiste ou não tem
informações para reconhecer os sintomas que já
começaram a se instalar, a pessoa perde a chance de
exercer sua autodeterminação e tomar providências
que poderiam mudar a sua vida.
Essa pessoa pode, por exemplo, liquidar uma parte de
seu patrimônio imobilizado para ter dinheiro em
aplicações de fácil resgate, que lhe permita ter acesso
a conforto e autonomia. Ela pode fazer um
testamento, designando quem deve ficar com seus
bens ou sobre remuneração de serviços prestados a
ela, por ocasião da doença de que faleceu, ainda que
fique ao arbítrio do herdeiro ou de outrem determinar
o valor do legado.
Contudo, depois que os sintomas da demência
avançam, desaparecem as chances de que a pessoa
desafiada por ela pudesse manifestar seus desejos.
Também nesse ponto a conscientização pregada pelo
setembro lilás é tão importante.
Nesse sentido, quando o Alzheimer já fez instalar um
declínio cognitivo avançado, o remédio jurídico é a
curatela, por meio do que uma pessoa próxima será
nomeada representante de quem está vulnerável. Não
adianta procuração, não adianta ter cartão e senha.
O que organiza as responsabilidades em relação a
uma pessoa com demência é o processo de interdição.
A curatela não incapacita ninguém – o Alzheimer,
sim. A curatela, na realidade, organiza e centraliza a
gestão dos cuidados e das finanças da pessoa
curatelada.
Precisamos falar sobre demência e sobre Alzheimer.
Precisamos vencer o medo desconhecido, do que não
tem cura. Fechar os olhos não faz com que o
Alzheimer desapareça, só faz com que as pessoas
percam chances importantes de tratamento e tomada
de decisão.
Os vocábulos “diagnóstico” e “médico” são
acentuados devido a mesma justificativa.
O mesmo ocorre com o par de palavras
apresentado em:
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Questão #383
Atriz venceu por sua atuação em "Assassinos da Rua das Flores",
dirigido por Martin Scorsese
Lily Gladstone fez história no Globo de Ouro no domingo (8),
quando se tornou a primeira pessoa que se identifica como
indígena a ganhar o prêmio de Melhor Atriz em Drama durante a
cerimônia.
Gladstone venceu por sua atuação no drama dirigido por Martin
Scorsese “Assassinos da Rua das Flores”, no qual estrela ao lado
de Leonardo DiCaprio e Robert De Niro.
“Este é um caso histórico. Não pertence apenas a mim. Estou
segurando agora, segurando com todas as minhas lindas irmãs”,
disse ela durante seu discurso.
Falando inicialmente na língua Blackfeet, Gladstone continuou
dizendo que a Nação Blackfeet é a “bela comunidade, nação que
me criou e me encorajou a continuar, continuar fazendo isso”.
Ela também homenageou sua mãe, que a acompanhou na
cerimônia no domingo, dizendo: “minha mãe, embora não seja
Blackfeet, trabalhou incansavelmente para levar nosso idioma às
nossas salas de aula, então tive uma professora de inglês
Blackfeet enquanto crescia”.
Gladstone expressou sua gratidão por poder falar “um pouco” de
sua língua “porque neste negócio, os atores nativos costumavam
falar suas falas em inglês e então os mixadores de som as
rodavam de trás para frente para conseguir os idiomas nativos
diante das câmeras”.
Passando a mencionar a nação Osage, centrada em “Flower
Moon”, Gladstone encerrou seu discurso dizendo que este prêmio
é para as crianças que “se viram representadas em nossas
histórias contadas por nós mesmos em nossas próprias palavras,
com tremendos aliados e tremendos confiar.”
Gladstone cresceu na reserva Blackfeet, no noroeste de
Montana, de acordo com o The Guardian, contando à publicação
em 2017 que viveu em terras da reserva até os 11 anos de idade.
Ela tem afiliações tribais que incluem Kainai, Amskapi Piikani e
Nimi’ipuu First Nations.
Em “Assassinos da Rua das Flores”, ela interpreta Mollie
Burkhart, uma mulher osage que é esposa de Ernest Burkhart, de
DiCaprio. Isso marca a primeira indicação e vitória de Gladstone
ao Globo.
dirigido por Martin Scorsese
Lily Gladstone fez história no Globo de Ouro no domingo (8),
quando se tornou a primeira pessoa que se identifica como
indígena a ganhar o prêmio de Melhor Atriz em Drama durante a
cerimônia.
Gladstone venceu por sua atuação no drama dirigido por Martin
Scorsese “Assassinos da Rua das Flores”, no qual estrela ao lado
de Leonardo DiCaprio e Robert De Niro.
“Este é um caso histórico. Não pertence apenas a mim. Estou
segurando agora, segurando com todas as minhas lindas irmãs”,
disse ela durante seu discurso.
Falando inicialmente na língua Blackfeet, Gladstone continuou
dizendo que a Nação Blackfeet é a “bela comunidade, nação que
me criou e me encorajou a continuar, continuar fazendo isso”.
Ela também homenageou sua mãe, que a acompanhou na
cerimônia no domingo, dizendo: “minha mãe, embora não seja
Blackfeet, trabalhou incansavelmente para levar nosso idioma às
nossas salas de aula, então tive uma professora de inglês
Blackfeet enquanto crescia”.
Gladstone expressou sua gratidão por poder falar “um pouco” de
sua língua “porque neste negócio, os atores nativos costumavam
falar suas falas em inglês e então os mixadores de som as
rodavam de trás para frente para conseguir os idiomas nativos
diante das câmeras”.
Passando a mencionar a nação Osage, centrada em “Flower
Moon”, Gladstone encerrou seu discurso dizendo que este prêmio
é para as crianças que “se viram representadas em nossas
histórias contadas por nós mesmos em nossas próprias palavras,
com tremendos aliados e tremendos confiar.”
Gladstone cresceu na reserva Blackfeet, no noroeste de
Montana, de acordo com o The Guardian, contando à publicação
em 2017 que viveu em terras da reserva até os 11 anos de idade.
Ela tem afiliações tribais que incluem Kainai, Amskapi Piikani e
Nimi’ipuu First Nations.
Em “Assassinos da Rua das Flores”, ela interpreta Mollie
Burkhart, uma mulher osage que é esposa de Ernest Burkhart, de
DiCaprio. Isso marca a primeira indicação e vitória de Gladstone
ao Globo.
Nos parágrafos iniciais do texto, a intenção do autor é a
de
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Questão #484
TEXTO I
Setembro lilás e o direito a uma chance
Laura Brito
O setembro lilás nos convoca a um mês de
conscientização da doença de Alzheimer e outros
tipos de demência. Se você que me lê pensa que é só
mais um mês ou só mais uma cor, peço um pouco de
atenção aos números de demência no Brasil.
Em 2024, o Ministério da Saúde divulgou o Relatório
Nacional sobre a Demência: Epidemiologia,
(re)conhecimento e projeções futuras e o estudo
mostrou que cerca de 8,5% da população com 60 anos
ou mais convivem com algum tipo de demência, o
que representa cerca de 1,8 milhão de casos. Até
2050, a projeção é que 5,7 milhões de pessoas sejam
diagnosticadas no Brasil.
Isso significa que muitas pessoas à sua volta estão
vivendo com demência e algumas delas não têm
sequer a chance de saber, muito menos de se tratar.
Isso se dá por uma sequência de obstáculos:
resistência da família, falta de especialização médica
e desconsideração do tratamento prescrito. Tudo isso
pode ser melhorado por meio de conscientização.
Sobre a resistência de família, é preciso que as
pessoas saibam que falta de memória recente não é
comum na velhice, nem motivo de brincadeiras. Se
uma pessoa próxima está tendo dificuldade de se
lembrar de algo que fez há pouco, é hora de enfrentar
o tabu e dizer: vamos buscar um médico. Receber o
diagnóstico de Alzheimer não é o problema. O
problema é a demência estar lá e todo mundo fingir
que não vê.
Como o aumento da longevidade e o consequente
crescimento dos casos de demência são recentes,
obter um diagnóstico preciso para uma situação de
declínio cognitivo ainda é difícil. Por isso, vale a
conscientização de que buscar um profissional
especializado, sempre que possível, é uma chance
importante para um manejo adequado das
manifestações. A doença de Alzheimer não tem cura,
mas tem tratamentos que visam estabilizar os
sintomas e diminuir o ritmo da progressão da doença.
Obtido o diagnóstico, é preciso, dentro das
possibilidades da família, cumprir o plano de
tratamento prescrito. Além de medicação, há
reabilitação cognitiva, terapia ocupacional,
estimulação social e física e adaptações no ambiente.
A abordagem multidisciplinar é muito importante.
Sabemos que nem sempre é possível cumprir toda
essa agenda de tratamento. Mas é essencial que se
vença uma noção bastante arraigada de que a
medicação – especialmente as mais comumente
prescritas para agitação – é suficiente para
administrar o Alzheimer.
A conscientização dos sintomas e da importância do
diagnóstico precoce também é uma chance de
planejamento jurídico do envelhecimento e do avanço
dos sintomas da demência. Uma pessoa que recebe o
diagnóstico de Alzheimer quando o declínio
cognitivo é inicial e ainda não lhe tirou a capacidade
pode tomar uma série de decisões para a sua vida e o
seu patrimônio. Se a família resiste ou não tem
informações para reconhecer os sintomas que já
começaram a se instalar, a pessoa perde a chance de
exercer sua autodeterminação e tomar providências
que poderiam mudar a sua vida.
Essa pessoa pode, por exemplo, liquidar uma parte de
seu patrimônio imobilizado para ter dinheiro em
aplicações de fácil resgate, que lhe permita ter acesso
a conforto e autonomia. Ela pode fazer um
testamento, designando quem deve ficar com seus
bens ou sobre remuneração de serviços prestados a
ela, por ocasião da doença de que faleceu, ainda que
fique ao arbítrio do herdeiro ou de outrem determinar
o valor do legado.
Contudo, depois que os sintomas da demência
avançam, desaparecem as chances de que a pessoa
desafiada por ela pudesse manifestar seus desejos.
Também nesse ponto a conscientização pregada pelo
setembro lilás é tão importante.
Nesse sentido, quando o Alzheimer já fez instalar um
declínio cognitivo avançado, o remédio jurídico é a
curatela, por meio do que uma pessoa próxima será
nomeada representante de quem está vulnerável. Não
adianta procuração, não adianta ter cartão e senha.
O que organiza as responsabilidades em relação a
uma pessoa com demência é o processo de interdição.
A curatela não incapacita ninguém – o Alzheimer,
sim. A curatela, na realidade, organiza e centraliza a
gestão dos cuidados e das finanças da pessoa
curatelada.
Precisamos falar sobre demência e sobre Alzheimer.
Precisamos vencer o medo desconhecido, do que não
tem cura. Fechar os olhos não faz com que o
Alzheimer desapareça, só faz com que as pessoas
percam chances importantes de tratamento e tomada
de decisão.
Setembro lilás e o direito a uma chance
Laura Brito
O setembro lilás nos convoca a um mês de
conscientização da doença de Alzheimer e outros
tipos de demência. Se você que me lê pensa que é só
mais um mês ou só mais uma cor, peço um pouco de
atenção aos números de demência no Brasil.
Em 2024, o Ministério da Saúde divulgou o Relatório
Nacional sobre a Demência: Epidemiologia,
(re)conhecimento e projeções futuras e o estudo
mostrou que cerca de 8,5% da população com 60 anos
ou mais convivem com algum tipo de demência, o
que representa cerca de 1,8 milhão de casos. Até
2050, a projeção é que 5,7 milhões de pessoas sejam
diagnosticadas no Brasil.
Isso significa que muitas pessoas à sua volta estão
vivendo com demência e algumas delas não têm
sequer a chance de saber, muito menos de se tratar.
Isso se dá por uma sequência de obstáculos:
resistência da família, falta de especialização médica
e desconsideração do tratamento prescrito. Tudo isso
pode ser melhorado por meio de conscientização.
Sobre a resistência de família, é preciso que as
pessoas saibam que falta de memória recente não é
comum na velhice, nem motivo de brincadeiras. Se
uma pessoa próxima está tendo dificuldade de se
lembrar de algo que fez há pouco, é hora de enfrentar
o tabu e dizer: vamos buscar um médico. Receber o
diagnóstico de Alzheimer não é o problema. O
problema é a demência estar lá e todo mundo fingir
que não vê.
Como o aumento da longevidade e o consequente
crescimento dos casos de demência são recentes,
obter um diagnóstico preciso para uma situação de
declínio cognitivo ainda é difícil. Por isso, vale a
conscientização de que buscar um profissional
especializado, sempre que possível, é uma chance
importante para um manejo adequado das
manifestações. A doença de Alzheimer não tem cura,
mas tem tratamentos que visam estabilizar os
sintomas e diminuir o ritmo da progressão da doença.
Obtido o diagnóstico, é preciso, dentro das
possibilidades da família, cumprir o plano de
tratamento prescrito. Além de medicação, há
reabilitação cognitiva, terapia ocupacional,
estimulação social e física e adaptações no ambiente.
A abordagem multidisciplinar é muito importante.
Sabemos que nem sempre é possível cumprir toda
essa agenda de tratamento. Mas é essencial que se
vença uma noção bastante arraigada de que a
medicação – especialmente as mais comumente
prescritas para agitação – é suficiente para
administrar o Alzheimer.
A conscientização dos sintomas e da importância do
diagnóstico precoce também é uma chance de
planejamento jurídico do envelhecimento e do avanço
dos sintomas da demência. Uma pessoa que recebe o
diagnóstico de Alzheimer quando o declínio
cognitivo é inicial e ainda não lhe tirou a capacidade
pode tomar uma série de decisões para a sua vida e o
seu patrimônio. Se a família resiste ou não tem
informações para reconhecer os sintomas que já
começaram a se instalar, a pessoa perde a chance de
exercer sua autodeterminação e tomar providências
que poderiam mudar a sua vida.
Essa pessoa pode, por exemplo, liquidar uma parte de
seu patrimônio imobilizado para ter dinheiro em
aplicações de fácil resgate, que lhe permita ter acesso
a conforto e autonomia. Ela pode fazer um
testamento, designando quem deve ficar com seus
bens ou sobre remuneração de serviços prestados a
ela, por ocasião da doença de que faleceu, ainda que
fique ao arbítrio do herdeiro ou de outrem determinar
o valor do legado.
Contudo, depois que os sintomas da demência
avançam, desaparecem as chances de que a pessoa
desafiada por ela pudesse manifestar seus desejos.
Também nesse ponto a conscientização pregada pelo
setembro lilás é tão importante.
Nesse sentido, quando o Alzheimer já fez instalar um
declínio cognitivo avançado, o remédio jurídico é a
curatela, por meio do que uma pessoa próxima será
nomeada representante de quem está vulnerável. Não
adianta procuração, não adianta ter cartão e senha.
O que organiza as responsabilidades em relação a
uma pessoa com demência é o processo de interdição.
A curatela não incapacita ninguém – o Alzheimer,
sim. A curatela, na realidade, organiza e centraliza a
gestão dos cuidados e das finanças da pessoa
curatelada.
Precisamos falar sobre demência e sobre Alzheimer.
Precisamos vencer o medo desconhecido, do que não
tem cura. Fechar os olhos não faz com que o
Alzheimer desapareça, só faz com que as pessoas
percam chances importantes de tratamento e tomada
de decisão.
De acordo com a estrutura e os recursos utilizados
no texto para a construção das ideias, é correto
afirmar que se trata de um texto,
predominantemente:
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Questão #526
Modo Avião
Por Pedro Guerra
01 A brevidade de todas as coisas me assusta. ___ anos falamos sobre a obsolescência
02 programada de produtos que são feitos com prazo de validade, incitando uma recompra, e
03 ultimamente temos insistido veementemente na ideia de que ninguém tem paciência pra nada.
04 Entretanto, mais urgente ainda, parece ser a questão de que hoje tudo é raso e tem uma vida
05 útil tão rápida que mal pode ser chamada de vida. Estamos vivendo em tempos de império
06 absoluto do efêmero.
07 Não faz muito que o conceito de “cancelamento” encontrou o dicionário popular. Fulano
08 comete um erro, beltrano publica (quase sempre na internet), e uma multidão de cicranos
09 massacram fulano até que haja uma nova pessoa para ser perseguida. Porém, este é um ciclo
10 breve, pois ninguém se lembra de quem foi cancelado semana passada porque todo mundo está
11 preocupado em cancelar o assunto do momento. Da mesma forma, ninguém se lembra da
12 subcelebridade que entrou para o hall da fama semana retrasada por algo tão trivial que somente
13 o brasileiro é capaz de dar protagonismo. De tempos em tempos, alimentamos fofocas a ponto
14 de inventar pessoas que não fizeram muito para estar onde estão — algo que tenho chamado
15 de ....eleiro dos Alucinados.
16 A história da passageira que se recusou a oferecer o assento na janela para uma criança e
17 que foi gravada e e....posta na internet é um bom exemplo. Prestes a atingir 3 milhões de
18 seguidores nas redes — a metade do que tem Fernanda Montenegro, por exemplo —, a anônima
19 que virou famosa de supetão colhe os frutos de uma sociedade que inventa heróis para viverem
20 o que não se tem coragem de viver. “Minha meta é ter a calma dessa mulher”, foi um dos
21 comentários mais curtidos no vídeo que viralizou recentemente.
22 A comparação de seguidores de uma subcelebridade cuja fama é passageira com uma atriz
23 com 80 anos de carreira como Fernanda Montenegro não é em vão. Até porque, a diferença é
24 justamente essa: 80 anos de construção de história que serão lembrados por muito tempo. Para
25 Fernanda, prazo de validade não existe — mesmo após a morte, ficará o legado. E o que vemos,
26 então, é um amontoado de pessoas que ganham visibilidade por dancinhas replicadas em massa,
27 rotinas compartilhadas sem o mínimo de fundamento, vivências sendo vendidas como “criação
28 de conteúdo” sendo que o conteúdo é inexistente.
29 Abraçamos o instantâneo porque, afinal, quem tem paciência (ou en....erga vantagens e
30 lucro) em criar um legado que é construído lentamente, mas que é sempre contínuo? Estamos
31 tão imersos no modo avião, desconectados das coisas relevantes e mirando holofotes em
32 referências que passam longe de uma solidez, que a cultura do instantâneo parece ser um
33 acalento, quando na verdade é uma armadilha. Basta ver: viralizar por conseguir dizer “não” é
34 simbólico e sintomático, um resumo impecável das faltas que existem dentro da gente.
(Disponível em: https://gauchazh.clicrbs.com.br/pioneiro/colunistas/pedro-guerra/noticia/2024/12/modo-
aviao-cm4mwzdin019r0126jgaqd169.html – texto adaptado especialmente para esta prova).
Por Pedro Guerra
01 A brevidade de todas as coisas me assusta. ___ anos falamos sobre a obsolescência
02 programada de produtos que são feitos com prazo de validade, incitando uma recompra, e
03 ultimamente temos insistido veementemente na ideia de que ninguém tem paciência pra nada.
04 Entretanto, mais urgente ainda, parece ser a questão de que hoje tudo é raso e tem uma vida
05 útil tão rápida que mal pode ser chamada de vida. Estamos vivendo em tempos de império
06 absoluto do efêmero.
07 Não faz muito que o conceito de “cancelamento” encontrou o dicionário popular. Fulano
08 comete um erro, beltrano publica (quase sempre na internet), e uma multidão de cicranos
09 massacram fulano até que haja uma nova pessoa para ser perseguida. Porém, este é um ciclo
10 breve, pois ninguém se lembra de quem foi cancelado semana passada porque todo mundo está
11 preocupado em cancelar o assunto do momento. Da mesma forma, ninguém se lembra da
12 subcelebridade que entrou para o hall da fama semana retrasada por algo tão trivial que somente
13 o brasileiro é capaz de dar protagonismo. De tempos em tempos, alimentamos fofocas a ponto
14 de inventar pessoas que não fizeram muito para estar onde estão — algo que tenho chamado
15 de ....eleiro dos Alucinados.
16 A história da passageira que se recusou a oferecer o assento na janela para uma criança e
17 que foi gravada e e....posta na internet é um bom exemplo. Prestes a atingir 3 milhões de
18 seguidores nas redes — a metade do que tem Fernanda Montenegro, por exemplo —, a anônima
19 que virou famosa de supetão colhe os frutos de uma sociedade que inventa heróis para viverem
20 o que não se tem coragem de viver. “Minha meta é ter a calma dessa mulher”, foi um dos
21 comentários mais curtidos no vídeo que viralizou recentemente.
22 A comparação de seguidores de uma subcelebridade cuja fama é passageira com uma atriz
23 com 80 anos de carreira como Fernanda Montenegro não é em vão. Até porque, a diferença é
24 justamente essa: 80 anos de construção de história que serão lembrados por muito tempo. Para
25 Fernanda, prazo de validade não existe — mesmo após a morte, ficará o legado. E o que vemos,
26 então, é um amontoado de pessoas que ganham visibilidade por dancinhas replicadas em massa,
27 rotinas compartilhadas sem o mínimo de fundamento, vivências sendo vendidas como “criação
28 de conteúdo” sendo que o conteúdo é inexistente.
29 Abraçamos o instantâneo porque, afinal, quem tem paciência (ou en....erga vantagens e
30 lucro) em criar um legado que é construído lentamente, mas que é sempre contínuo? Estamos
31 tão imersos no modo avião, desconectados das coisas relevantes e mirando holofotes em
32 referências que passam longe de uma solidez, que a cultura do instantâneo parece ser um
33 acalento, quando na verdade é uma armadilha. Basta ver: viralizar por conseguir dizer “não” é
34 simbólico e sintomático, um resumo impecável das faltas que existem dentro da gente.
(Disponível em: https://gauchazh.clicrbs.com.br/pioneiro/colunistas/pedro-guerra/noticia/2024/12/modo-
aviao-cm4mwzdin019r0126jgaqd169.html – texto adaptado especialmente para esta prova).
Analise a charge, as asserções a seguir e a relação proposta entre elas e o texto-
base desta prova.
I. O texto critica o fato de uma moça ter se tornado celebridade por se negar a ceder seu assento
para uma criança.
PORÉM
II. A charge mostra que a criança pode ter problemas psicológicos no futuro por não poder realizar
um desejo simples: pilotar um avião.
A respeito dessas asserções, assinale a alternativa correta.

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Questão #818
No trecho “Organização culpou as mudanças climáticas pela
brusca queda”, a palavra em destaque pode ser classificada
como:
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Questão #144
Regulamentação da Polícia Penal – Desafios de Ontem e de Hoje
João Vitor Rodrigues Loureiro*
Uma das primeiras e mais importantes
reflexões sobre qualquer profissão, na atualidade, diz
respeito a seu grau de especialização. Há razões que
nos levam a crer que, quanto mais especializadas uma
05 área de conhecimento e atuação profissional, mais seus
profissionais encontram algum grau de apoio público,
reconhecimento e respaldo para atuarem. Buscamos,
por exemplo, se sentimos urticária, inicialmente um
dermatologista; se precisamos consertar um
10 computador, recorremos a um técnico especializado
em reparos de computadores; se queremos nos
divorciar, buscamos um advogado especializado em
divórcios etc. A modernidade estabeleceu-se na
premissa de especialização do conhecimento,
15 legitimando diversos tipos de atores em processos de
solidariedade e coesão social.
Não é diferente com a segurança pública.
Atualmente, para citarmos alguns exemplos, existem
grupos especializados para combate ao crime
20 organizado (nos aspectos investigativos, no âmbito das
polícias judiciárias estaduais e Federal), batalhões
específicos da PM voltados para repressão a crimes de
violência contra as mulheres, ou mesmo o policiamento
nas rodovias federais, que foi concebido por meio de
25 uma carreira específica para esse fim.
Embora segurança pública encontre esteio em
uma série de atividades muito além das de natureza
policial – como aquelas relacionadas aos processos de
prevenção primária, que visa promover direitos,
30 inclusão social, mediante oferta de acessos sociais
diversos que evitem a decisão pelo desvio –, nosso
modelo de profissionalização sistêmica desse campo
centraliza-se nas polícias, no que se refere à
operacionalização – e não à estratégia – do Sistema
35 Único de Segurança Pública, previsto no art. 9º, § 2º, da
Lei no 13.675, de 11 de junho de 2018.
Usando-se dessa noção, mas com a real
motivação de valorização dos ex-agentes
penitenciários, em 2019, foi incluída uma nova
40 categoria no art. 144, VI, da Constituição: os policiais
penais. O contexto das atividades desses profissionais
está adstrito a um objetivo da Lei de Execução Penal, “a
reintegração social”. Inclusive, é possível afirmar que,
no ciclo do Sistema Penal, esse campo é o da Política
45 Penal, do cumprimento das decisões judiciais no campo
da punição – não das ações ostensivas, repressivas e de
investigação da segurança pública, mesmo que o
sistema prisional colabore para os objetivos da Política
Nacional de Segurança Pública e Defesa Social, art. 6º,
50 da Lei no 13.675, de 11 de junho de 2018.
Considerando essa problemática, embora as
regulamentações dependam de regramentos
estaduais, algumas diretrizes nacionais mínimas para a
atuação desses profissionais, se por um lado são
55 desejáveis – do ponto de vista das atitudes,
competências e habilidades exigidas –, por outro,
também podem representar certos riscos, se não forem
definidas a partir de um amplo processo de discussão e
escrutínio públicos, mediante a participação dos
60 setores diversos que compreendem as atividades
relacionadas à execução penal. Trata-se de desafios
relacionados a atuações historicamente sedimentadas
ou ainda em aberto, em disputa na conformação do
papel desses profissionais.
65 Por quê? As atividades de custódia são apenas
uma parte de um grande conjunto que forma o arco dos
chamados serviços penais, hoje também estruturados,
em nível nacional, no âmbito do Ministério da Justiça e
Segurança Pública: a Secretaria Nacional de Serviços
70 Penais – Senappen (outrora Depen). Muito além das
rotinas de vigilância (em muralhas, torres e postos de
entrada/saída, acompanhamento de
retirada/reingresso em celas e vivências,
acompanhamento em audiências judiciais, inspeções
75 internas e pessoais), o policial penal constitui-se num
elo essencial para a regularidade dos serviços prisionais
e atuação das demais carreiras profissionais integrantes
do sistema, garantindo o exercício de serviços
assistenciais e direitos diversos (como saúde, educação,
80 trabalho, assistência jurídica, rotina de visitantes) na
prisão. Além deles, os serviços relacionados à custódia
provisória e à vida pós-prisão (serviços de
acompanhamento de medidas em meio aberto, por
exemplo) podem estar ou não associados à atividade do
85 policial penal.
Apesar de sua importância, é preciso também
compreender os limites de atuação desses
profissionais: daí a necessidade de definição de um
mandato estatutário, que compreenda seu caráter
90 operacional para o funcionamento dos serviços, sua
natureza civil, sua distinção com relação às atividades
desempenhadas pelas demais polícias (não lhes
competindo exercer atividades investigativas ou de
prevenção de crimes em ambiente externo à prisão), os
95 limites para uso de armamento letal e menos letal, sua
distinção em relação às competências, habilidades e
atitudes dos múltiplos perfis profissionais que exercem
a gestão estratégica dos serviços penais (a qual também
pode ser desempenhada por esses profissionais,
100 embora não exclusivamente por eles).
No processo de regulamentação de carreiras,
outro risco importante se refere à “captura” ou ao
mimetismo em relação a outras carreiras: um policial
penal no nível dos estados certamente lida com
105 desafios e rotinas muito distintos daqueles que
compreendem as atividades dos policiais penais
federais. Estabelecer essas diferenças e considerar a
diversidade dos tipos de estabelecimento de custódia e
serviços abrangidos é essencial nesse processo.
110 Nesse sentido, com vistas a contribuir para esse
debate, o Laboratório de Gestão de Políticas Penais, em
parceria com uma rede de signatários, elaborou
recentemente o documento intitulado
“Regulamentação da Polícia Penal – questões centrais
115 para qualificar a discussão sobre a polícia penal e a
Política Penal”. É um convite para a mobilização de toda
a sociedade em torno de algo que a atinge diretamente.
*Doutor em Sociologia pela Universidade de Brasília. Pesquisador
vinculado ao Laboratório de Gestão de Políticas Penais da UnB – LabGEPEN/UnB
João Vitor Rodrigues Loureiro*
Uma das primeiras e mais importantes
reflexões sobre qualquer profissão, na atualidade, diz
respeito a seu grau de especialização. Há razões que
nos levam a crer que, quanto mais especializadas uma
05 área de conhecimento e atuação profissional, mais seus
profissionais encontram algum grau de apoio público,
reconhecimento e respaldo para atuarem. Buscamos,
por exemplo, se sentimos urticária, inicialmente um
dermatologista; se precisamos consertar um
10 computador, recorremos a um técnico especializado
em reparos de computadores; se queremos nos
divorciar, buscamos um advogado especializado em
divórcios etc. A modernidade estabeleceu-se na
premissa de especialização do conhecimento,
15 legitimando diversos tipos de atores em processos de
solidariedade e coesão social.
Não é diferente com a segurança pública.
Atualmente, para citarmos alguns exemplos, existem
grupos especializados para combate ao crime
20 organizado (nos aspectos investigativos, no âmbito das
polícias judiciárias estaduais e Federal), batalhões
específicos da PM voltados para repressão a crimes de
violência contra as mulheres, ou mesmo o policiamento
nas rodovias federais, que foi concebido por meio de
25 uma carreira específica para esse fim.
Embora segurança pública encontre esteio em
uma série de atividades muito além das de natureza
policial – como aquelas relacionadas aos processos de
prevenção primária, que visa promover direitos,
30 inclusão social, mediante oferta de acessos sociais
diversos que evitem a decisão pelo desvio –, nosso
modelo de profissionalização sistêmica desse campo
centraliza-se nas polícias, no que se refere à
operacionalização – e não à estratégia – do Sistema
35 Único de Segurança Pública, previsto no art. 9º, § 2º, da
Lei no 13.675, de 11 de junho de 2018.
Usando-se dessa noção, mas com a real
motivação de valorização dos ex-agentes
penitenciários, em 2019, foi incluída uma nova
40 categoria no art. 144, VI, da Constituição: os policiais
penais. O contexto das atividades desses profissionais
está adstrito a um objetivo da Lei de Execução Penal, “a
reintegração social”. Inclusive, é possível afirmar que,
no ciclo do Sistema Penal, esse campo é o da Política
45 Penal, do cumprimento das decisões judiciais no campo
da punição – não das ações ostensivas, repressivas e de
investigação da segurança pública, mesmo que o
sistema prisional colabore para os objetivos da Política
Nacional de Segurança Pública e Defesa Social, art. 6º,
50 da Lei no 13.675, de 11 de junho de 2018.
Considerando essa problemática, embora as
regulamentações dependam de regramentos
estaduais, algumas diretrizes nacionais mínimas para a
atuação desses profissionais, se por um lado são
55 desejáveis – do ponto de vista das atitudes,
competências e habilidades exigidas –, por outro,
também podem representar certos riscos, se não forem
definidas a partir de um amplo processo de discussão e
escrutínio públicos, mediante a participação dos
60 setores diversos que compreendem as atividades
relacionadas à execução penal. Trata-se de desafios
relacionados a atuações historicamente sedimentadas
ou ainda em aberto, em disputa na conformação do
papel desses profissionais.
65 Por quê? As atividades de custódia são apenas
uma parte de um grande conjunto que forma o arco dos
chamados serviços penais, hoje também estruturados,
em nível nacional, no âmbito do Ministério da Justiça e
Segurança Pública: a Secretaria Nacional de Serviços
70 Penais – Senappen (outrora Depen). Muito além das
rotinas de vigilância (em muralhas, torres e postos de
entrada/saída, acompanhamento de
retirada/reingresso em celas e vivências,
acompanhamento em audiências judiciais, inspeções
75 internas e pessoais), o policial penal constitui-se num
elo essencial para a regularidade dos serviços prisionais
e atuação das demais carreiras profissionais integrantes
do sistema, garantindo o exercício de serviços
assistenciais e direitos diversos (como saúde, educação,
80 trabalho, assistência jurídica, rotina de visitantes) na
prisão. Além deles, os serviços relacionados à custódia
provisória e à vida pós-prisão (serviços de
acompanhamento de medidas em meio aberto, por
exemplo) podem estar ou não associados à atividade do
85 policial penal.
Apesar de sua importância, é preciso também
compreender os limites de atuação desses
profissionais: daí a necessidade de definição de um
mandato estatutário, que compreenda seu caráter
90 operacional para o funcionamento dos serviços, sua
natureza civil, sua distinção com relação às atividades
desempenhadas pelas demais polícias (não lhes
competindo exercer atividades investigativas ou de
prevenção de crimes em ambiente externo à prisão), os
95 limites para uso de armamento letal e menos letal, sua
distinção em relação às competências, habilidades e
atitudes dos múltiplos perfis profissionais que exercem
a gestão estratégica dos serviços penais (a qual também
pode ser desempenhada por esses profissionais,
100 embora não exclusivamente por eles).
No processo de regulamentação de carreiras,
outro risco importante se refere à “captura” ou ao
mimetismo em relação a outras carreiras: um policial
penal no nível dos estados certamente lida com
105 desafios e rotinas muito distintos daqueles que
compreendem as atividades dos policiais penais
federais. Estabelecer essas diferenças e considerar a
diversidade dos tipos de estabelecimento de custódia e
serviços abrangidos é essencial nesse processo.
110 Nesse sentido, com vistas a contribuir para esse
debate, o Laboratório de Gestão de Políticas Penais, em
parceria com uma rede de signatários, elaborou
recentemente o documento intitulado
“Regulamentação da Polícia Penal – questões centrais
115 para qualificar a discussão sobre a polícia penal e a
Política Penal”. É um convite para a mobilização de toda
a sociedade em torno de algo que a atinge diretamente.
*Doutor em Sociologia pela Universidade de Brasília. Pesquisador
vinculado ao Laboratório de Gestão de Políticas Penais da UnB – LabGEPEN/UnB
O complemento nominal é um elemento sintático
que completa o sentido de um nome (substantivo abstrato,
adjetivo ou advérbio), sendo subordinado a esse nome por
meio de uma preposição. Um exemplo de complemento
nominal encontra-se sublinhado na seguinte opção:
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Questão #686
Quando da tragédia brotam heróis e lições
01 Ninguém seria capaz de imaginar tudo o que viveríamos naqueles dias, há exatamente
02 um ano. O maio de 2024 ficará para sempre na memória de todos os gaúchos – e muito além
03 de nós. O ímpeto implacável das águas, a fúria imbatível da natureza, o pavor incrédulo nas
04 retinas. O caos, tão incontrolável quanto pavorosamente banal, numa calamidade desgovernada
05 de assombrosas surpresas. Notícias trágicas em série, impensáveis, parecendo sair de um filme
06 de ficção sobre o apocalipse. Cenas de desespero e dor. O ruir repentino de tudo o que
07 julgávamos inatin....ível até então. Construções e pontes desabando feito frágeis castelos de
08 cartas. Rios mudando seus cursos e devorando cidades. Morros e florestas vindo abaixo como
09 se derretessem. Histórias e memórias e conquistas sendo apagadas como se fossem nada e
10 nunca. Dias de medo. Dias de mortes. Dias de horror.
11 Mas eis que, da tragédia e das lágrimas que inundam tudo sob fero....es águas barrentas,
12 surgem almas. Braços. Barcos, abraços e corações. Surge a entrega de heróis anônimos, que
13 brotam em abundância de um sentimento de solidariedade jamais visto. Seres humanos
14 iluminados que largam suas vidas para se dedicar ___ ações de solidariedade e resgate. Os
15 integrantes das forças de segurança pública de todo o estado, mesmo as centenas afetadas em
16 suas casas e suas vidas pela tragédia, se lançam ___ missão de salvar vidas. Todas as vidas. E
17 proteger patrimônios. Porque, infelizmente, algumas mentes podres aproveitaram o momento
18 de desespero para roubar e depredar, para cometer violências tão absurdas que uma legislação
19 específica deveria punir, mas de forma exemplar e irrecorrível, por ser esta uma crueldade
20 monstruosa: aproveitar-se e explorar a fragilidade e a dor dos seus semelhantes em meio ao
21 caos.
22 Forças de segurança de outros estados vieram em peso ajudar os nossos. Civis, em
23 grupos ou isoladamente, de todo o Brasil e até do exterior largaram tudo e vieram se engajar
24 na missão de salvar vidas e proteger cidadanias. Cargas de doações incontáveis venceram
25 estradas destruídas e chegaram onde houvesse alguém precisando. A tragédia nos ensinava que
26 a natureza jamais se submete ao homem e pode se rebelar quando bem entender. Mas nos
27 ensinava também que nós, humanos, ainda temos um belíssimo lado bom, que sabe ser solidário
28 e resiliente. Que sabe ter extrema garra, coragem e bravura irmanadas a uma gigantesca e
29 afetuosa dedicação ao próximo. Que sabe renunciar ___ tudo o que é seu apenas para que o
30 outro possa aliviar a sua dor e sorrir. A tragédia nos arrancou pontes, levou casas e plantações,
31 tirou vidas de entes queridos. Mas também fez flore....er, no exemplo daqueles dias fatídicos,
32 um jardim de heroísmo, amor e solidariedade jamais vistos.
01 Ninguém seria capaz de imaginar tudo o que viveríamos naqueles dias, há exatamente
02 um ano. O maio de 2024 ficará para sempre na memória de todos os gaúchos – e muito além
03 de nós. O ímpeto implacável das águas, a fúria imbatível da natureza, o pavor incrédulo nas
04 retinas. O caos, tão incontrolável quanto pavorosamente banal, numa calamidade desgovernada
05 de assombrosas surpresas. Notícias trágicas em série, impensáveis, parecendo sair de um filme
06 de ficção sobre o apocalipse. Cenas de desespero e dor. O ruir repentino de tudo o que
07 julgávamos inatin....ível até então. Construções e pontes desabando feito frágeis castelos de
08 cartas. Rios mudando seus cursos e devorando cidades. Morros e florestas vindo abaixo como
09 se derretessem. Histórias e memórias e conquistas sendo apagadas como se fossem nada e
10 nunca. Dias de medo. Dias de mortes. Dias de horror.
11 Mas eis que, da tragédia e das lágrimas que inundam tudo sob fero....es águas barrentas,
12 surgem almas. Braços. Barcos, abraços e corações. Surge a entrega de heróis anônimos, que
13 brotam em abundância de um sentimento de solidariedade jamais visto. Seres humanos
14 iluminados que largam suas vidas para se dedicar ___ ações de solidariedade e resgate. Os
15 integrantes das forças de segurança pública de todo o estado, mesmo as centenas afetadas em
16 suas casas e suas vidas pela tragédia, se lançam ___ missão de salvar vidas. Todas as vidas. E
17 proteger patrimônios. Porque, infelizmente, algumas mentes podres aproveitaram o momento
18 de desespero para roubar e depredar, para cometer violências tão absurdas que uma legislação
19 específica deveria punir, mas de forma exemplar e irrecorrível, por ser esta uma crueldade
20 monstruosa: aproveitar-se e explorar a fragilidade e a dor dos seus semelhantes em meio ao
21 caos.
22 Forças de segurança de outros estados vieram em peso ajudar os nossos. Civis, em
23 grupos ou isoladamente, de todo o Brasil e até do exterior largaram tudo e vieram se engajar
24 na missão de salvar vidas e proteger cidadanias. Cargas de doações incontáveis venceram
25 estradas destruídas e chegaram onde houvesse alguém precisando. A tragédia nos ensinava que
26 a natureza jamais se submete ao homem e pode se rebelar quando bem entender. Mas nos
27 ensinava também que nós, humanos, ainda temos um belíssimo lado bom, que sabe ser solidário
28 e resiliente. Que sabe ter extrema garra, coragem e bravura irmanadas a uma gigantesca e
29 afetuosa dedicação ao próximo. Que sabe renunciar ___ tudo o que é seu apenas para que o
30 outro possa aliviar a sua dor e sorrir. A tragédia nos arrancou pontes, levou casas e plantações,
31 tirou vidas de entes queridos. Mas também fez flore....er, no exemplo daqueles dias fatídicos,
32 um jardim de heroísmo, amor e solidariedade jamais vistos.
Considerando a ortografia das palavras em Língua Portuguesa, assinale a alternativa
que preenche, correta e respectivamente, as lacunas pontilhadas das linhas 07, 11 e 31.
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Questão #155
De acordo com o texto, as atividades de custódia
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Questão #1033
Fotografar vegetais, minerais e animais foi uma novidade em minha vida de fotógrafo até então dedicada às questões sociais; uma verdadeira aventura e um grande aprendizado. Mas nem por isso me esqueci dos homens. Apenas procurei-os tal como vivem, tal como vivíamos todos há algumas dezenas de milhares de anos.
Para retraçar as origens da espécie humana, trabalhei com grupos que ainda vivem em equilíbrio com a natureza.
Não necessariamente as tribos mais afastadas de nossa civilização. Fui por exemplo ao Alto Xingu, no Mato Grosso, região central do Brasil banhada pelo rio Xingu, um afluente do Amazonas. Sua população indígena de aproximadamente 2500 habitantes, que se comunicam em aruaque, caribe e tupi, se divide em treze aldeias espalhadas por um território equivalente a cerca de duas vezes o tamanho da Bélgica. A descoberta desses povos data dos anos 1950. Hoje, esses índios usam chinelos, têm facões. Graças a uma telha solar, captam ondas de rádio. À tarde, recebem assistência médica por rádio da Funai, e quando o enfermeiro não consegue ajudá-los sozinho, um pequeno avião vem buscá-los para levá-los a um hospital. Eles têm perfeita consciência, portanto, de que são uma minoria à margem da maioria. Sabem o que acontece no mundo e conhecem bem a civilização ocidental. Mas continuam vivendo nus, a existência deles continua ritmada por um calendário de ritos de inspiração cósmica e mitológica, que dão origem a cerimônias que ocorrem ora numa, ora noutra aldeia, e para as quais todos são convidados.
SALGADO, S.; FRANCQ,
Para retraçar as origens da espécie humana, trabalhei com grupos que ainda vivem em equilíbrio com a natureza.
Não necessariamente as tribos mais afastadas de nossa civilização. Fui por exemplo ao Alto Xingu, no Mato Grosso, região central do Brasil banhada pelo rio Xingu, um afluente do Amazonas. Sua população indígena de aproximadamente 2500 habitantes, que se comunicam em aruaque, caribe e tupi, se divide em treze aldeias espalhadas por um território equivalente a cerca de duas vezes o tamanho da Bélgica. A descoberta desses povos data dos anos 1950. Hoje, esses índios usam chinelos, têm facões. Graças a uma telha solar, captam ondas de rádio. À tarde, recebem assistência médica por rádio da Funai, e quando o enfermeiro não consegue ajudá-los sozinho, um pequeno avião vem buscá-los para levá-los a um hospital. Eles têm perfeita consciência, portanto, de que são uma minoria à margem da maioria. Sabem o que acontece no mundo e conhecem bem a civilização ocidental. Mas continuam vivendo nus, a existência deles continua ritmada por um calendário de ritos de inspiração cósmica e mitológica, que dão origem a cerimônias que ocorrem ora numa, ora noutra aldeia, e para as quais todos são convidados.
SALGADO, S.; FRANCQ,
No trecho destacado, o conectivo “mas” introduz uma ideia de
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Questão #530
Modo Avião
Por Pedro Guerra
01 A brevidade de todas as coisas me assusta. ___ anos falamos sobre a obsolescência
02 programada de produtos que são feitos com prazo de validade, incitando uma recompra, e
03 ultimamente temos insistido veementemente na ideia de que ninguém tem paciência pra nada.
04 Entretanto, mais urgente ainda, parece ser a questão de que hoje tudo é raso e tem uma vida
05 útil tão rápida que mal pode ser chamada de vida. Estamos vivendo em tempos de império
06 absoluto do efêmero.
07 Não faz muito que o conceito de “cancelamento” encontrou o dicionário popular. Fulano
08 comete um erro, beltrano publica (quase sempre na internet), e uma multidão de cicranos
09 massacram fulano até que haja uma nova pessoa para ser perseguida. Porém, este é um ciclo
10 breve, pois ninguém se lembra de quem foi cancelado semana passada porque todo mundo está
11 preocupado em cancelar o assunto do momento. Da mesma forma, ninguém se lembra da
12 subcelebridade que entrou para o hall da fama semana retrasada por algo tão trivial que somente
13 o brasileiro é capaz de dar protagonismo. De tempos em tempos, alimentamos fofocas a ponto
14 de inventar pessoas que não fizeram muito para estar onde estão — algo que tenho chamado
15 de ....eleiro dos Alucinados.
16 A história da passageira que se recusou a oferecer o assento na janela para uma criança e
17 que foi gravada e e....posta na internet é um bom exemplo. Prestes a atingir 3 milhões de
18 seguidores nas redes — a metade do que tem Fernanda Montenegro, por exemplo —, a anônima
19 que virou famosa de supetão colhe os frutos de uma sociedade que inventa heróis para viverem
20 o que não se tem coragem de viver. “Minha meta é ter a calma dessa mulher”, foi um dos
21 comentários mais curtidos no vídeo que viralizou recentemente.
22 A comparação de seguidores de uma subcelebridade cuja fama é passageira com uma atriz
23 com 80 anos de carreira como Fernanda Montenegro não é em vão. Até porque, a diferença é
24 justamente essa: 80 anos de construção de história que serão lembrados por muito tempo. Para
25 Fernanda, prazo de validade não existe — mesmo após a morte, ficará o legado. E o que vemos,
26 então, é um amontoado de pessoas que ganham visibilidade por dancinhas replicadas em massa,
27 rotinas compartilhadas sem o mínimo de fundamento, vivências sendo vendidas como “criação
28 de conteúdo” sendo que o conteúdo é inexistente.
29 Abraçamos o instantâneo porque, afinal, quem tem paciência (ou en....erga vantagens e
30 lucro) em criar um legado que é construído lentamente, mas que é sempre contínuo? Estamos
31 tão imersos no modo avião, desconectados das coisas relevantes e mirando holofotes em
32 referências que passam longe de uma solidez, que a cultura do instantâneo parece ser um
33 acalento, quando na verdade é uma armadilha. Basta ver: viralizar por conseguir dizer “não” é
34 simbólico e sintomático, um resumo impecável das faltas que existem dentro da gente.
(Disponível em: https://gauchazh.clicrbs.com.br/pioneiro/colunistas/pedro-guerra/noticia/2024/12/modo-
aviao-cm4mwzdin019r0126jgaqd169.html – texto adaptado especialmente para esta prova).
Por Pedro Guerra
01 A brevidade de todas as coisas me assusta. ___ anos falamos sobre a obsolescência
02 programada de produtos que são feitos com prazo de validade, incitando uma recompra, e
03 ultimamente temos insistido veementemente na ideia de que ninguém tem paciência pra nada.
04 Entretanto, mais urgente ainda, parece ser a questão de que hoje tudo é raso e tem uma vida
05 útil tão rápida que mal pode ser chamada de vida. Estamos vivendo em tempos de império
06 absoluto do efêmero.
07 Não faz muito que o conceito de “cancelamento” encontrou o dicionário popular. Fulano
08 comete um erro, beltrano publica (quase sempre na internet), e uma multidão de cicranos
09 massacram fulano até que haja uma nova pessoa para ser perseguida. Porém, este é um ciclo
10 breve, pois ninguém se lembra de quem foi cancelado semana passada porque todo mundo está
11 preocupado em cancelar o assunto do momento. Da mesma forma, ninguém se lembra da
12 subcelebridade que entrou para o hall da fama semana retrasada por algo tão trivial que somente
13 o brasileiro é capaz de dar protagonismo. De tempos em tempos, alimentamos fofocas a ponto
14 de inventar pessoas que não fizeram muito para estar onde estão — algo que tenho chamado
15 de ....eleiro dos Alucinados.
16 A história da passageira que se recusou a oferecer o assento na janela para uma criança e
17 que foi gravada e e....posta na internet é um bom exemplo. Prestes a atingir 3 milhões de
18 seguidores nas redes — a metade do que tem Fernanda Montenegro, por exemplo —, a anônima
19 que virou famosa de supetão colhe os frutos de uma sociedade que inventa heróis para viverem
20 o que não se tem coragem de viver. “Minha meta é ter a calma dessa mulher”, foi um dos
21 comentários mais curtidos no vídeo que viralizou recentemente.
22 A comparação de seguidores de uma subcelebridade cuja fama é passageira com uma atriz
23 com 80 anos de carreira como Fernanda Montenegro não é em vão. Até porque, a diferença é
24 justamente essa: 80 anos de construção de história que serão lembrados por muito tempo. Para
25 Fernanda, prazo de validade não existe — mesmo após a morte, ficará o legado. E o que vemos,
26 então, é um amontoado de pessoas que ganham visibilidade por dancinhas replicadas em massa,
27 rotinas compartilhadas sem o mínimo de fundamento, vivências sendo vendidas como “criação
28 de conteúdo” sendo que o conteúdo é inexistente.
29 Abraçamos o instantâneo porque, afinal, quem tem paciência (ou en....erga vantagens e
30 lucro) em criar um legado que é construído lentamente, mas que é sempre contínuo? Estamos
31 tão imersos no modo avião, desconectados das coisas relevantes e mirando holofotes em
32 referências que passam longe de uma solidez, que a cultura do instantâneo parece ser um
33 acalento, quando na verdade é uma armadilha. Basta ver: viralizar por conseguir dizer “não” é
34 simbólico e sintomático, um resumo impecável das faltas que existem dentro da gente.
(Disponível em: https://gauchazh.clicrbs.com.br/pioneiro/colunistas/pedro-guerra/noticia/2024/12/modo-
aviao-cm4mwzdin019r0126jgaqd169.html – texto adaptado especialmente para esta prova).
Analise o emprego da palavra “passageira” nos dois trechos abaixo, extraídos do
texto:
I. “A história da passageira que se recusou a oferecer o assento”.
II. “A comparação de seguidores de uma subcelebridade cuja fama é passageira”.
Sobre os trechos acima, analise as assertivas a seguir, assinalando V, se verdadeiras, ou F, se falsas.
( ) A palavra “passageira” foi empregada com sentido diferente nas duas situações.
( ) Na situação I, a palavra significa algo que dura pouco, e na II, refere-se à pessoa que utiliza um
meio de transporte.
( ) Na situação I, a palavra é um substantivo, e na II, um adjetivo.
A ordem correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é:

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Questão #1082
No último período do texto, o termo “castigo” é o núcleo do sujeito da oração expressa pela forma verbal “deve suceder”.
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Questão #166
Conforme determina o Manual de Redação da
Presidência da República (2018), a grafia das siglas e
acrônimos deve obedecer a todas as regras a seguir, EXCETO:
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Questão #347
I - O carro ficou no ________.
II - O ________ será hoje no teatro municipal.
III - Ele estava querendo me ________ porque eu
estava cinco minutos atrasado.
IV - Precisei _____ o produto.
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Questão #350
I. Capitu segredou-me que a escrava
desconfiara, e ia talvez contar às outras.
Novamente me intimou que ficasse, e retirou-
se; eu deixei-me estar parado, pregado,
agarrado ao chão. (Dom Casmurro, Machado
de Assis)
II. Flávia estava cansada e logo se deitou. Ela
precisava trabalhar em poucas horas. Acordei
desesperada. Já era para estar no trabalho. As
poucas horas passaram e nem percebi.
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Questão #833
As células do cérebro não envelhecem
Hoje eu quero contar para vocês sobre um estudo inovador
realizado na Columbia University, que confirma que as células
cerebrais não envelhecem.
Na verdade, o que se descobriu é que você tem exatamente
o mesmo número de células nervosas (ou neurônios) quando
jovem.
Isso foi admitido inclusive como certo pelo diretor do Instituto
Nacional de Saúde dos EUA.
Eles provaram que o cérebro pode continuar criando novos
neurônios para sempre.
Portanto, a velha teoria de que cérebros humanos não podem
construir novos neurônios cai por terra!
Então, por que ocorre o declínio mental?
O que ocorre, na verdade, é que não é o número de células
do seu cérebro que diminui, mas sim o número de células-tronco
cerebrais e os vasos sanguíneos que as alimentam que diminuem.
Os cientistas da Columbia estudaram cérebros doados
por pessoas idosas que morreram de causas naturais. Eles
descobriram que os cérebros dos idosos tinham a mesma
quantidade de novos neurônios que os jovens.
Além disso, eles também encontraram um número menor de
células-tronco inativas, ou "quiescentes", em uma área do cérebro
ligada à resistência cognitivo-emocional.
Trata-se das nossas forças de reserva que alimentam nossa
capacidade de aprender e se adaptar. [...]
Hoje eu quero contar para vocês sobre um estudo inovador
realizado na Columbia University, que confirma que as células
cerebrais não envelhecem.
Na verdade, o que se descobriu é que você tem exatamente
o mesmo número de células nervosas (ou neurônios) quando
jovem.
Isso foi admitido inclusive como certo pelo diretor do Instituto
Nacional de Saúde dos EUA.
Eles provaram que o cérebro pode continuar criando novos
neurônios para sempre.
Portanto, a velha teoria de que cérebros humanos não podem
construir novos neurônios cai por terra!
Então, por que ocorre o declínio mental?
O que ocorre, na verdade, é que não é o número de células
do seu cérebro que diminui, mas sim o número de células-tronco
cerebrais e os vasos sanguíneos que as alimentam que diminuem.
Os cientistas da Columbia estudaram cérebros doados
por pessoas idosas que morreram de causas naturais. Eles
descobriram que os cérebros dos idosos tinham a mesma
quantidade de novos neurônios que os jovens.
Além disso, eles também encontraram um número menor de
células-tronco inativas, ou "quiescentes", em uma área do cérebro
ligada à resistência cognitivo-emocional.
Trata-se das nossas forças de reserva que alimentam nossa
capacidade de aprender e se adaptar. [...]
“Na verdade, o que se descobriu é que você tem exatamente
o mesmo número de células nervosas (ou neurônios) {quando}
jovem” (2º parágrafo). O conectivo destacado designa a ideia de:
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Questão #452
Assinale a alternativa em que há ERRO quanto à
concordância nominal ou verbal, de acordo com a
norma padrão da Língua Portuguesa:
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Questão #352
Leia o texto a seguir:
S.O.S. Português
Por que os pronomes oblíquos têm esse nome e quais
as regras para utilizá-los?
As expressões “pronome oblíquo” e “pronome reto”
são oriundas do latim (casus obliquus e casus rectus).
Elas eram usadas para classificar as palavras de acordo
com a função sintática. Quando estavam como sujeito,
pertenciam ao caso reto. Se exerciam outra função
(exceto a de vocativo), eram relacionadas ao caso
oblíquo, pois um dos sentidos da palavra oblíquo é “não
é direito ou reto”. Os pronomes pessoais da língua
portuguesa seguem o mesmo padrão: os que
desempenham a função de sujeito (eu, tu, ele, nós, vós
e eles) são os pessoais do caso reto; e os que
normalmente têm a função de complementos verbais
(me, mim, comigo, te, ti, contigo, o, os, a, as, lhe, lhes,
se, si, consigo, nos, conosco, vos e convosco) são os do
caso oblíquo.
NOVA ESCOLA. Coluna “Na dúvida”, dez. 2008, p. 20.)
Quando estudamos os pronomes, conhecemos um
procedimento como colocação pronominal. A estrutura
que está de acordo com as regras apresentadas no
texto é:
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Questão #690
Quando da tragédia brotam heróis e lições
01 Ninguém seria capaz de imaginar tudo o que viveríamos naqueles dias, há exatamente
02 um ano. O maio de 2024 ficará para sempre na memória de todos os gaúchos – e muito além
03 de nós. O ímpeto implacável das águas, a fúria imbatível da natureza, o pavor incrédulo nas
04 retinas. O caos, tão incontrolável quanto pavorosamente banal, numa calamidade desgovernada
05 de assombrosas surpresas. Notícias trágicas em série, impensáveis, parecendo sair de um filme
06 de ficção sobre o apocalipse. Cenas de desespero e dor. O ruir repentino de tudo o que
07 julgávamos inatin....ível até então. Construções e pontes desabando feito frágeis castelos de
08 cartas. Rios mudando seus cursos e devorando cidades. Morros e florestas vindo abaixo como
09 se derretessem. Histórias e memórias e conquistas sendo apagadas como se fossem nada e
10 nunca. Dias de medo. Dias de mortes. Dias de horror.
11 Mas eis que, da tragédia e das lágrimas que inundam tudo sob fero....es águas barrentas,
12 surgem almas. Braços. Barcos, abraços e corações. Surge a entrega de heróis anônimos, que
13 brotam em abundância de um sentimento de solidariedade jamais visto. Seres humanos
14 iluminados que largam suas vidas para se dedicar ___ ações de solidariedade e resgate. Os
15 integrantes das forças de segurança pública de todo o estado, mesmo as centenas afetadas em
16 suas casas e suas vidas pela tragédia, se lançam ___ missão de salvar vidas. Todas as vidas. E
17 proteger patrimônios. Porque, infelizmente, algumas mentes podres aproveitaram o momento
18 de desespero para roubar e depredar, para cometer violências tão absurdas que uma legislação
19 específica deveria punir, mas de forma exemplar e irrecorrível, por ser esta uma crueldade
20 monstruosa: aproveitar-se e explorar a fragilidade e a dor dos seus semelhantes em meio ao
21 caos.
22 Forças de segurança de outros estados vieram em peso ajudar os nossos. Civis, em
23 grupos ou isoladamente, de todo o Brasil e até do exterior largaram tudo e vieram se engajar
24 na missão de salvar vidas e proteger cidadanias. Cargas de doações incontáveis venceram
25 estradas destruídas e chegaram onde houvesse alguém precisando. A tragédia nos ensinava que
26 a natureza jamais se submete ao homem e pode se rebelar quando bem entender. Mas nos
27 ensinava também que nós, humanos, ainda temos um belíssimo lado bom, que sabe ser solidário
28 e resiliente. Que sabe ter extrema garra, coragem e bravura irmanadas a uma gigantesca e
29 afetuosa dedicação ao próximo. Que sabe renunciar ___ tudo o que é seu apenas para que o
30 outro possa aliviar a sua dor e sorrir. A tragédia nos arrancou pontes, levou casas e plantações,
31 tirou vidas de entes queridos. Mas também fez flore....er, no exemplo daqueles dias fatídicos,
32 um jardim de heroísmo, amor e solidariedade jamais vistos.
01 Ninguém seria capaz de imaginar tudo o que viveríamos naqueles dias, há exatamente
02 um ano. O maio de 2024 ficará para sempre na memória de todos os gaúchos – e muito além
03 de nós. O ímpeto implacável das águas, a fúria imbatível da natureza, o pavor incrédulo nas
04 retinas. O caos, tão incontrolável quanto pavorosamente banal, numa calamidade desgovernada
05 de assombrosas surpresas. Notícias trágicas em série, impensáveis, parecendo sair de um filme
06 de ficção sobre o apocalipse. Cenas de desespero e dor. O ruir repentino de tudo o que
07 julgávamos inatin....ível até então. Construções e pontes desabando feito frágeis castelos de
08 cartas. Rios mudando seus cursos e devorando cidades. Morros e florestas vindo abaixo como
09 se derretessem. Histórias e memórias e conquistas sendo apagadas como se fossem nada e
10 nunca. Dias de medo. Dias de mortes. Dias de horror.
11 Mas eis que, da tragédia e das lágrimas que inundam tudo sob fero....es águas barrentas,
12 surgem almas. Braços. Barcos, abraços e corações. Surge a entrega de heróis anônimos, que
13 brotam em abundância de um sentimento de solidariedade jamais visto. Seres humanos
14 iluminados que largam suas vidas para se dedicar ___ ações de solidariedade e resgate. Os
15 integrantes das forças de segurança pública de todo o estado, mesmo as centenas afetadas em
16 suas casas e suas vidas pela tragédia, se lançam ___ missão de salvar vidas. Todas as vidas. E
17 proteger patrimônios. Porque, infelizmente, algumas mentes podres aproveitaram o momento
18 de desespero para roubar e depredar, para cometer violências tão absurdas que uma legislação
19 específica deveria punir, mas de forma exemplar e irrecorrível, por ser esta uma crueldade
20 monstruosa: aproveitar-se e explorar a fragilidade e a dor dos seus semelhantes em meio ao
21 caos.
22 Forças de segurança de outros estados vieram em peso ajudar os nossos. Civis, em
23 grupos ou isoladamente, de todo o Brasil e até do exterior largaram tudo e vieram se engajar
24 na missão de salvar vidas e proteger cidadanias. Cargas de doações incontáveis venceram
25 estradas destruídas e chegaram onde houvesse alguém precisando. A tragédia nos ensinava que
26 a natureza jamais se submete ao homem e pode se rebelar quando bem entender. Mas nos
27 ensinava também que nós, humanos, ainda temos um belíssimo lado bom, que sabe ser solidário
28 e resiliente. Que sabe ter extrema garra, coragem e bravura irmanadas a uma gigantesca e
29 afetuosa dedicação ao próximo. Que sabe renunciar ___ tudo o que é seu apenas para que o
30 outro possa aliviar a sua dor e sorrir. A tragédia nos arrancou pontes, levou casas e plantações,
31 tirou vidas de entes queridos. Mas também fez flore....er, no exemplo daqueles dias fatídicos,
32 um jardim de heroísmo, amor e solidariedade jamais vistos.
Considerando o emprego do acento indicativo de crase, assinale a alternativa que
preenche, correta e respectivamente, as lacunas tracejadas das linhas 14, 16 e 29.
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Questão #602
Texto III
Quanto tempo de atividade física você deve fazer?
Crianças de até 1 ano: pelo menos 30 minutos por dia de barriga para baixo (posição de bruços), podendo ser distribuídos ao longo do
dia. As crianças com qualquer deficiência devem ser estimuladas dentro das suas potencialidades desde as primeiras fases de vida.
Crianças de 1 a 2 anos: pelo menos 3 horas por dia de atividades físicas de qualquer intensidade, podendo ser distribuídas ao longo do
dia.
Crianças de 3 a 5 anos: pelo menos 3 horas por dia de atividades físicas de qualquer intensidade, sendo, no mínimo, 1 hora de
intensidade moderada a vigorosa que pode ser acumulada ao longo do dia.
Para crianças e jovens de 6 a 17 anos: você deve praticar 60 minutos ou mais atividade física por dia. Dê preferência para aquelas de
intensidade moderada. Como parte desses 60 minutos ou mais por dia, inclua em pelo menos 3 dias na semana atividades de
fortalecimento dos músculos e ossos, como saltar, puxar, empurrar ou praticar esportes.
Adultos: você deve realizar pelo menos 150 minutos de atividade física moderada ao longo da semana ou pelo menos 75 minutos de
atividade vigorosa, ou uma combinação equivalente. Atividades de fortalecimento muscular devem ser realizadas envolvendo os
principais grupos musculares em dois ou mais dias da semana.
Idosos: a partir dessa idade, a recomendação é a mesma dos adultos. Adicionalmente, aqueles com mobilidade reduzida devem fazer
atividade física para melhorar o equilíbrio e evitar quedas, três ou mais dias na semana.
Fonte: BRASIL. Guia de atividade física para a população brasileira. Brasília: Ministério da Saúde, 2021. p. 45. Disponível em:
<https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/guia_atividade_fisica_populacao_brasileira.pdf>. Adaptado. Acesso em: 23 out. 2024.
Quanto tempo de atividade física você deve fazer?
Crianças de até 1 ano: pelo menos 30 minutos por dia de barriga para baixo (posição de bruços), podendo ser distribuídos ao longo do
dia. As crianças com qualquer deficiência devem ser estimuladas dentro das suas potencialidades desde as primeiras fases de vida.
Crianças de 1 a 2 anos: pelo menos 3 horas por dia de atividades físicas de qualquer intensidade, podendo ser distribuídas ao longo do
dia.
Crianças de 3 a 5 anos: pelo menos 3 horas por dia de atividades físicas de qualquer intensidade, sendo, no mínimo, 1 hora de
intensidade moderada a vigorosa que pode ser acumulada ao longo do dia.
Para crianças e jovens de 6 a 17 anos: você deve praticar 60 minutos ou mais atividade física por dia. Dê preferência para aquelas de
intensidade moderada. Como parte desses 60 minutos ou mais por dia, inclua em pelo menos 3 dias na semana atividades de
fortalecimento dos músculos e ossos, como saltar, puxar, empurrar ou praticar esportes.
Adultos: você deve realizar pelo menos 150 minutos de atividade física moderada ao longo da semana ou pelo menos 75 minutos de
atividade vigorosa, ou uma combinação equivalente. Atividades de fortalecimento muscular devem ser realizadas envolvendo os
principais grupos musculares em dois ou mais dias da semana.
Idosos: a partir dessa idade, a recomendação é a mesma dos adultos. Adicionalmente, aqueles com mobilidade reduzida devem fazer
atividade física para melhorar o equilíbrio e evitar quedas, três ou mais dias na semana.
Fonte: BRASIL. Guia de atividade física para a população brasileira. Brasília: Ministério da Saúde, 2021. p. 45. Disponível em:
<https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/guia_atividade_fisica_populacao_brasileira.pdf>. Adaptado. Acesso em: 23 out. 2024.
Analise as assertivas que seguem a respeito da concordância nominal observada no fragmento: “Crianças de 3 a 5 anos: pelo menos 3
horas por dia de atividades físicas de qualquer intensidade, sendo, no mínimo, 1 hora de intensidade moderada a vigorosa que pode
ser acumulada ao longo do dia”.
- A palavra “físicas” está no plural para concordar com “atividades”.
II- A palavra “vigorosa” está no singular para concordar com “moderada”.
III- O adjetivo “físicas” concorda em gênero (feminino) e número (plural) com o substantivo “atividades”.
É CORRETO o que se afirma em:
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