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Questão #1619
Identifique, nas alternativas, qual é a classificação de materiais que aglutina os itens pelo grau de importância operacional, facilitando a gestão de materiais:
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Questão #1598
[...] Ao sair do Tejo, estando a Maria encostada à borda do navio, o Leonardo fingiu que passava
distraído por junto dela, e com o ferrado sapatão assentou-lhe uma valente pisadela no pé direito. A Maria,
como se já esperasse por aquilo, sorriu-se como envergonhada do gracejo, e deu-lhe também em ar de
disfarce um tremendo beliscão nas costas da mão esquerda. Era isto uma declaração em forma, segundo os
usos da terra: levaram o resto do dia de namoro cerrado; ao anoitecer passou-se a mesma cena de pisadela
e beliscão, com a diferença de serem desta vez um pouco mais fortes; e no dia seguinte estavam os dois
amantes tão extremosos e familiares, que pareciam sê-lo de muitos anos.
Quando saltaram em terra começou a Maria a sentir certos enojos: foram os dois morar juntos; e daí
a um mês manifestaram-se claramente os efeitos da pisadela e do beliscão, sete meses depois teve a Maria
um filho, formidável menino de quase três palmos de comprido, gordo e vermelho, cabeludo, esperneador e
chorão; o qual, logo depois que nasceu, mamou duas horas seguidas sem largar o peito. E este nascimento
é certamente de tudo o que temos dito o que mais nos interessa, porque o menino de quem falamos é o herói
desta história.
Chegou o dia de batizar-se o rapaz: foi madrinha a parteira; sobre o padrinho houve suas dúvidas: o
Leonardo queria que fosse o Sr. Juiz; porém teve de ceder a instâncias da Maria e da comadre, que queriam
que fosse o barbeiro de defronte, que afinal foi adotado. Já se sabe que houve nesse dia função: os
convidados do dono da casa, que eram todos dalém-mar, cantavam ao desafio, segundo seus costumes; os
convidados da comadre, que eram todos da terra, dançavam o fado. O compadre trouxe a rabeca, que é,
como se sabe, o instrumento favorito da gente do ofício. A princípio, o Leonardo quis que a festa tivesse ares
aristocráticos, e propôs que se dançasse o minuete da corte. Foi aceita a ideia, ainda que houvesse
dificuldade em encontrarem-se pares. Afinal levantaram-se uma gorda e baixa matrona, mulher de um
convidado; uma companheira desta, cuja figura era a mais completa antítese da sua; um colega do Leonardo,
miudinho, pequenino, e com fumaças de gaiato, e o sacristão da Sé, sujeito alto, magro e com pretensões de
elegante. O compadre foi quem tocou o minuete na rabeca; e o afilhadinho, deitado no colo da Maria,
acompanhava cada arcada com um guincho e um esperneio. Isto fez com que o compadre perdesse muitas
vezes o compasso, e fosse obrigado a recomeçar outras tantas.
ALMEIDA, Manuel Antônio de. Memórias de um sargento de milícias. São Paulo: Companhia das Letras, 2013.
distraído por junto dela, e com o ferrado sapatão assentou-lhe uma valente pisadela no pé direito. A Maria,
como se já esperasse por aquilo, sorriu-se como envergonhada do gracejo, e deu-lhe também em ar de
disfarce um tremendo beliscão nas costas da mão esquerda. Era isto uma declaração em forma, segundo os
usos da terra: levaram o resto do dia de namoro cerrado; ao anoitecer passou-se a mesma cena de pisadela
e beliscão, com a diferença de serem desta vez um pouco mais fortes; e no dia seguinte estavam os dois
amantes tão extremosos e familiares, que pareciam sê-lo de muitos anos.
Quando saltaram em terra começou a Maria a sentir certos enojos: foram os dois morar juntos; e daí
a um mês manifestaram-se claramente os efeitos da pisadela e do beliscão, sete meses depois teve a Maria
um filho, formidável menino de quase três palmos de comprido, gordo e vermelho, cabeludo, esperneador e
chorão; o qual, logo depois que nasceu, mamou duas horas seguidas sem largar o peito. E este nascimento
é certamente de tudo o que temos dito o que mais nos interessa, porque o menino de quem falamos é o herói
desta história.
Chegou o dia de batizar-se o rapaz: foi madrinha a parteira; sobre o padrinho houve suas dúvidas: o
Leonardo queria que fosse o Sr. Juiz; porém teve de ceder a instâncias da Maria e da comadre, que queriam
que fosse o barbeiro de defronte, que afinal foi adotado. Já se sabe que houve nesse dia função: os
convidados do dono da casa, que eram todos dalém-mar, cantavam ao desafio, segundo seus costumes; os
convidados da comadre, que eram todos da terra, dançavam o fado. O compadre trouxe a rabeca, que é,
como se sabe, o instrumento favorito da gente do ofício. A princípio, o Leonardo quis que a festa tivesse ares
aristocráticos, e propôs que se dançasse o minuete da corte. Foi aceita a ideia, ainda que houvesse
dificuldade em encontrarem-se pares. Afinal levantaram-se uma gorda e baixa matrona, mulher de um
convidado; uma companheira desta, cuja figura era a mais completa antítese da sua; um colega do Leonardo,
miudinho, pequenino, e com fumaças de gaiato, e o sacristão da Sé, sujeito alto, magro e com pretensões de
elegante. O compadre foi quem tocou o minuete na rabeca; e o afilhadinho, deitado no colo da Maria,
acompanhava cada arcada com um guincho e um esperneio. Isto fez com que o compadre perdesse muitas
vezes o compasso, e fosse obrigado a recomeçar outras tantas.
ALMEIDA, Manuel Antônio de. Memórias de um sargento de milícias. São Paulo: Companhia das Letras, 2013.
Assinale a alternativa em que a mudança dos verbos sublinhados decorre em concordância com a norma culta.
“Chegou o dia de batizar-se o rapaz: foi madrinha a parteira; sobre o padrinho (I) houve suas dúvidas. [...].
(II) Já se sabe que houve nesse dia função: Foi aceita a ideia, ainda que (III) houvesse dificuldade em
encontrarem-se os pares.”
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Questão #1606
A respeito do sistema de registro de preços, de acordo com a Lei nº 14.133/2021, marque a alternativa CORRETA:
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Questão #1597
[...] Ao sair do Tejo, estando a Maria encostada à borda do navio, o Leonardo fingiu que passava
distraído por junto dela, e com o ferrado sapatão assentou-lhe uma valente pisadela no pé direito. A Maria,
como se já esperasse por aquilo, sorriu-se como envergonhada do gracejo, e deu-lhe também em ar de
disfarce um tremendo beliscão nas costas da mão esquerda. Era isto uma declaração em forma, segundo os
usos da terra: levaram o resto do dia de namoro cerrado; ao anoitecer passou-se a mesma cena de pisadela
e beliscão, com a diferença de serem desta vez um pouco mais fortes; e no dia seguinte estavam os dois
amantes tão extremosos e familiares, que pareciam sê-lo de muitos anos.
Quando saltaram em terra começou a Maria a sentir certos enojos: foram os dois morar juntos; e daí
a um mês manifestaram-se claramente os efeitos da pisadela e do beliscão, sete meses depois teve a Maria
um filho, formidável menino de quase três palmos de comprido, gordo e vermelho, cabeludo, esperneador e
chorão; o qual, logo depois que nasceu, mamou duas horas seguidas sem largar o peito. E este nascimento
é certamente de tudo o que temos dito o que mais nos interessa, porque o menino de quem falamos é o herói
desta história.
Chegou o dia de batizar-se o rapaz: foi madrinha a parteira; sobre o padrinho houve suas dúvidas: o
Leonardo queria que fosse o Sr. Juiz; porém teve de ceder a instâncias da Maria e da comadre, que queriam
que fosse o barbeiro de defronte, que afinal foi adotado. Já se sabe que houve nesse dia função: os
convidados do dono da casa, que eram todos dalém-mar, cantavam ao desafio, segundo seus costumes; os
convidados da comadre, que eram todos da terra, dançavam o fado. O compadre trouxe a rabeca, que é,
como se sabe, o instrumento favorito da gente do ofício. A princípio, o Leonardo quis que a festa tivesse ares
aristocráticos, e propôs que se dançasse o minuete da corte. Foi aceita a ideia, ainda que houvesse
dificuldade em encontrarem-se pares. Afinal levantaram-se uma gorda e baixa matrona, mulher de um
convidado; uma companheira desta, cuja figura era a mais completa antítese da sua; um colega do Leonardo,
miudinho, pequenino, e com fumaças de gaiato, e o sacristão da Sé, sujeito alto, magro e com pretensões de
elegante. O compadre foi quem tocou o minuete na rabeca; e o afilhadinho, deitado no colo da Maria,
acompanhava cada arcada com um guincho e um esperneio. Isto fez com que o compadre perdesse muitas
vezes o compasso, e fosse obrigado a recomeçar outras tantas.
ALMEIDA, Manuel Antônio de. Memórias de um sargento de milícias. São Paulo: Companhia das Letras, 2013.
distraído por junto dela, e com o ferrado sapatão assentou-lhe uma valente pisadela no pé direito. A Maria,
como se já esperasse por aquilo, sorriu-se como envergonhada do gracejo, e deu-lhe também em ar de
disfarce um tremendo beliscão nas costas da mão esquerda. Era isto uma declaração em forma, segundo os
usos da terra: levaram o resto do dia de namoro cerrado; ao anoitecer passou-se a mesma cena de pisadela
e beliscão, com a diferença de serem desta vez um pouco mais fortes; e no dia seguinte estavam os dois
amantes tão extremosos e familiares, que pareciam sê-lo de muitos anos.
Quando saltaram em terra começou a Maria a sentir certos enojos: foram os dois morar juntos; e daí
a um mês manifestaram-se claramente os efeitos da pisadela e do beliscão, sete meses depois teve a Maria
um filho, formidável menino de quase três palmos de comprido, gordo e vermelho, cabeludo, esperneador e
chorão; o qual, logo depois que nasceu, mamou duas horas seguidas sem largar o peito. E este nascimento
é certamente de tudo o que temos dito o que mais nos interessa, porque o menino de quem falamos é o herói
desta história.
Chegou o dia de batizar-se o rapaz: foi madrinha a parteira; sobre o padrinho houve suas dúvidas: o
Leonardo queria que fosse o Sr. Juiz; porém teve de ceder a instâncias da Maria e da comadre, que queriam
que fosse o barbeiro de defronte, que afinal foi adotado. Já se sabe que houve nesse dia função: os
convidados do dono da casa, que eram todos dalém-mar, cantavam ao desafio, segundo seus costumes; os
convidados da comadre, que eram todos da terra, dançavam o fado. O compadre trouxe a rabeca, que é,
como se sabe, o instrumento favorito da gente do ofício. A princípio, o Leonardo quis que a festa tivesse ares
aristocráticos, e propôs que se dançasse o minuete da corte. Foi aceita a ideia, ainda que houvesse
dificuldade em encontrarem-se pares. Afinal levantaram-se uma gorda e baixa matrona, mulher de um
convidado; uma companheira desta, cuja figura era a mais completa antítese da sua; um colega do Leonardo,
miudinho, pequenino, e com fumaças de gaiato, e o sacristão da Sé, sujeito alto, magro e com pretensões de
elegante. O compadre foi quem tocou o minuete na rabeca; e o afilhadinho, deitado no colo da Maria,
acompanhava cada arcada com um guincho e um esperneio. Isto fez com que o compadre perdesse muitas
vezes o compasso, e fosse obrigado a recomeçar outras tantas.
ALMEIDA, Manuel Antônio de. Memórias de um sargento de milícias. São Paulo: Companhia das Letras, 2013.
Em: “Chegou o dia de batizar-se o rapaz: foi madrinha a parteira; sobre o padrinho houve suas dúvidas: o Leonardo queria que fosse o Sr. Juiz; porém teve de ceder a instâncias da Maria e da comadre, que queriam que fosse o barbeiro de defronte, que afinal foi adotado.”, qual relação semântico-discursiva é estabelecida
entre o desejo do Leonardo e a escolha do padrinho?
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Questão #1624
Das alternativas a seguir, qual descreve CORRETAMENTE a vantagem da centralização?
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Questão #1614
Considerando que editores ou processadores de texto presentes em pacotes de escritório como LibreOffice e Microsoft Office apresentam recursos avançados, assinale a alternativa CORRETA:
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Questão #1634
Sobre a contabilidade pública, analise as seguintes proposições:
I - A contabilidade pública é essencial para registrar, controlar e demonstrar a execução dos orçamentos e o patrimônio público.
II - A contabilidade pública visa garantir a transparência e a responsabilidade na gestão dos recursos públicos.
III - A contabilidade pública é uma área das Ciências Contábeis que se aplica tanto ao setor público quanto ao privado. É CORRETO concluir o que se afirma em:
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Questão #1604
Você foi designado para redigir um ofício que será enviado ao diretor de um órgão público solicitando informações sobre a implementação de um novo projeto. Para garantir que o ofício esteja em conformidade com as normas do “Manual de Redação da Presidência da República”, é necessário avaliar a estrutura e organização do documento.
Considerando o texto, avalie as proposições a seguir:
I - O ofício deve iniciar com o cabeçalho, timbre do órgão que está emitindo o documento, identificação do
expediente, seguido da data e local, do endereçamento e do assunto.
II - O vocativo adequado para um ofício dirigido ao diretor de um órgão público é “Prezado Diretor”.
III - O texto do ofício deve ser redigido de forma objetiva, evitando-se o uso de pronomes de tratamento e
formas de tratamento honoríficas.
IV - No encerramento do ofício, deve-se utilizar a expressão “Atenciosamente” ou “Respeitosamente”,
dependendo da hierarquia entre o emissor e o destinatário.
V - O ofício deve ser assinado pelo emissor com a indicação do cargo, sem a necessidade de mencionar o
nome completo.
É CORRETO o que se afirma em:
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Questão #1601
[...] Ao sair do Tejo, estando a Maria encostada à borda do navio, o Leonardo fingiu que passava
distraído por junto dela, e com o ferrado sapatão assentou-lhe uma valente pisadela no pé direito. A Maria,
como se já esperasse por aquilo, sorriu-se como envergonhada do gracejo, e deu-lhe também em ar de
disfarce um tremendo beliscão nas costas da mão esquerda. Era isto uma declaração em forma, segundo os
usos da terra: levaram o resto do dia de namoro cerrado; ao anoitecer passou-se a mesma cena de pisadela
e beliscão, com a diferença de serem desta vez um pouco mais fortes; e no dia seguinte estavam os dois
amantes tão extremosos e familiares, que pareciam sê-lo de muitos anos.
Quando saltaram em terra começou a Maria a sentir certos enojos: foram os dois morar juntos; e daí
a um mês manifestaram-se claramente os efeitos da pisadela e do beliscão, sete meses depois teve a Maria
um filho, formidável menino de quase três palmos de comprido, gordo e vermelho, cabeludo, esperneador e
chorão; o qual, logo depois que nasceu, mamou duas horas seguidas sem largar o peito. E este nascimento
é certamente de tudo o que temos dito o que mais nos interessa, porque o menino de quem falamos é o herói
desta história.
Chegou o dia de batizar-se o rapaz: foi madrinha a parteira; sobre o padrinho houve suas dúvidas: o
Leonardo queria que fosse o Sr. Juiz; porém teve de ceder a instâncias da Maria e da comadre, que queriam
que fosse o barbeiro de defronte, que afinal foi adotado. Já se sabe que houve nesse dia função: os
convidados do dono da casa, que eram todos dalém-mar, cantavam ao desafio, segundo seus costumes; os
convidados da comadre, que eram todos da terra, dançavam o fado. O compadre trouxe a rabeca, que é,
como se sabe, o instrumento favorito da gente do ofício. A princípio, o Leonardo quis que a festa tivesse ares
aristocráticos, e propôs que se dançasse o minuete da corte. Foi aceita a ideia, ainda que houvesse
dificuldade em encontrarem-se pares. Afinal levantaram-se uma gorda e baixa matrona, mulher de um
convidado; uma companheira desta, cuja figura era a mais completa antítese da sua; um colega do Leonardo,
miudinho, pequenino, e com fumaças de gaiato, e o sacristão da Sé, sujeito alto, magro e com pretensões de
elegante. O compadre foi quem tocou o minuete na rabeca; e o afilhadinho, deitado no colo da Maria,
acompanhava cada arcada com um guincho e um esperneio. Isto fez com que o compadre perdesse muitas
vezes o compasso, e fosse obrigado a recomeçar outras tantas.
ALMEIDA, Manuel Antônio de. Memórias de um sargento de milícias. São Paulo: Companhia das Letras, 2013.
distraído por junto dela, e com o ferrado sapatão assentou-lhe uma valente pisadela no pé direito. A Maria,
como se já esperasse por aquilo, sorriu-se como envergonhada do gracejo, e deu-lhe também em ar de
disfarce um tremendo beliscão nas costas da mão esquerda. Era isto uma declaração em forma, segundo os
usos da terra: levaram o resto do dia de namoro cerrado; ao anoitecer passou-se a mesma cena de pisadela
e beliscão, com a diferença de serem desta vez um pouco mais fortes; e no dia seguinte estavam os dois
amantes tão extremosos e familiares, que pareciam sê-lo de muitos anos.
Quando saltaram em terra começou a Maria a sentir certos enojos: foram os dois morar juntos; e daí
a um mês manifestaram-se claramente os efeitos da pisadela e do beliscão, sete meses depois teve a Maria
um filho, formidável menino de quase três palmos de comprido, gordo e vermelho, cabeludo, esperneador e
chorão; o qual, logo depois que nasceu, mamou duas horas seguidas sem largar o peito. E este nascimento
é certamente de tudo o que temos dito o que mais nos interessa, porque o menino de quem falamos é o herói
desta história.
Chegou o dia de batizar-se o rapaz: foi madrinha a parteira; sobre o padrinho houve suas dúvidas: o
Leonardo queria que fosse o Sr. Juiz; porém teve de ceder a instâncias da Maria e da comadre, que queriam
que fosse o barbeiro de defronte, que afinal foi adotado. Já se sabe que houve nesse dia função: os
convidados do dono da casa, que eram todos dalém-mar, cantavam ao desafio, segundo seus costumes; os
convidados da comadre, que eram todos da terra, dançavam o fado. O compadre trouxe a rabeca, que é,
como se sabe, o instrumento favorito da gente do ofício. A princípio, o Leonardo quis que a festa tivesse ares
aristocráticos, e propôs que se dançasse o minuete da corte. Foi aceita a ideia, ainda que houvesse
dificuldade em encontrarem-se pares. Afinal levantaram-se uma gorda e baixa matrona, mulher de um
convidado; uma companheira desta, cuja figura era a mais completa antítese da sua; um colega do Leonardo,
miudinho, pequenino, e com fumaças de gaiato, e o sacristão da Sé, sujeito alto, magro e com pretensões de
elegante. O compadre foi quem tocou o minuete na rabeca; e o afilhadinho, deitado no colo da Maria,
acompanhava cada arcada com um guincho e um esperneio. Isto fez com que o compadre perdesse muitas
vezes o compasso, e fosse obrigado a recomeçar outras tantas.
ALMEIDA, Manuel Antônio de. Memórias de um sargento de milícias. São Paulo: Companhia das Letras, 2013.
Sobre a colocação pronominal exposta no excerto: “[...] e propôs que se dançasse o minuete da corte [...]”,
assinale a alternativa CORRETA:
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Questão #1643
A respeito do instrumento auxiliar da pré-qualificação e do credenciamento, de acordo com a Lei nº 14.133/2021, marque a alternativa CORRETA.
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